Comparar não é educar

Nenhum pai ou mãe vem com manual de instruções embutido ou com o modo atualização ativado para fazerem o download de sua melhor versão de educadores quando os filhos nascem. Todos aprendemos que educar e ensinar uma criança, um adolescente a serem as melhores versões de si mesmos se aprende na prática. No dia a dia do exercício de ser pai e mãe.

Por essa razão, muitas vezes, os pais e mães cometem erros educativos e comparar um dos filhos com os irmãos, primos ou amiguinhos é um deles. Primeiro, porque a comparação é injusta e ilusória. Cada criança é única em seu modo de ser, de se expressar, de se relacionar com as outras pessoas e a vida e deve ser respeitada como tal. Você não compara laranjas com bicicletas, verdade? Nem mesmo laranjas com caquis, ou outra frutas. Cada uma tem seu sabor único e especial, e com as pessoas é da mesma forma.

Muitas vezes, ao querer que algum dos filhos tenha um determinado comportamento, os pais costumam dizer que o outro irmão ou irmã fariam diferente. E isso é bastante prejudicial. Esse tipo de comparação pode trazer desavenças, disputas e desentendimentos entre os irmãos, além da impressão de que existe um filho preferido ou somente um modo de ser e se comportar que é correto.

Os pais devem compreender a necessidade de valorizar as diferenças existentes entre os irmãos, para que cada filho se sinta acolhido e amado da forma que é, com suas próprias características, habilidades e especificidades. Muitas vezes, o pai ou a mãe têm expectativas com relação aos filhos que podem não condizer com a personalidade deles.

Por exemplo, não é justo querer que um dos filhos tenha o mesmo desempenho no esporte que um outro tem, ou que tenha a mesma desenvoltura social do irmão, da irmã, dos primos. Cada um dos filhos, na verdade, cada pessoa tem seu modo de ser, de ver o mundo, de se relacionar. Há aquelas que são mais expansivas, outras menos, algumas são mais emocionais, outras mais analíticas e está tudo certo. Não somos clones uns dos outros.

Um ponto importante é entender que a diferença de personalidades e de modos de ser pode ser vista como complementar e não excludente. Assim, se um dos seus filhos tem mais facilidade com esportes e o outro com artes, com a escrita ou matemática, tudo bem. O que seria do pintor sem o químico que compõe a tinta? E do arquiteto sem o engenheiro que calcula e executa seus projetos? Ou do chef de cozinha se não fosse o produtor e o agrônomo para produzirem seus alimentos?

Há também a influência da própria história dos pais. Alguns deles tiveram experiências marcantes na infância e adolescência, que podem ter sido positivas ou não. Assim, quando notam que um dos filhos tem alguma característica similar, que pode levar a vivências não positivas, podem tentar podá-los por meio do exemplo do irmão que faz diferente. É uma forma inconsciente, em muitos casos, de evitar que o filho sofra, já que ele mesmo sofreu com aquela situação e comportamento.

Nesse caso, é importante se lembrar que cada um tem sua história e não é porque você, pai ou mãe, sofreram algo, que seu filho irá passar pela mesma situação. Os tempos são outros e cada um tem suas próprias vivências. Ao invés de comparar, os pais podem mostrar ao filho ou filha as melhores formas de agir e de se expressar, entendendo que a experiência deles não é a sua.

Todos nós temos nosso lugar no mundo e quando o vivemos de forma comprometida, sempre contribuímos para o todo. Passar para os filhos uma visão de mundo em que as habilidades se complementam, ao invés de se combaterem, é fundamental. Mas não adianta só falar, é preciso aplicar no dia a dia, respeitando o modo de ser de cada um e ajudando-os a serem a sua melhor versão.

Deste modo, os pais os ajudarão a trabalhar em equipe, a se relacionar e, também, a contribuir de forma integrativa onde quer que estejam, seja na infância, na adolescência ou na vida adulta, no meio social ou em família.

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