É cada vez maior o número de adultos que têm enfrentado a síndrome do burnout, um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema relacionada ao trabalho. Também chamada de síndrome do esgotamento profissional, essa condição afeta todas as áreas da vida das pessoas. Para quem é pai e mãe, pode ser mais desafiador, pois, ainda que se consiga o afastamento temporário do ambiente profissional, nem sempre é possível tirar um recesso da família, verdade?
São vários os fatores que influenciam e desencadeiam o burnout. Não raro, ele é o resultado do acúmulo excessivo de tensões emocionais e físicas, advindas das pressões profissionais, como ter que cumprir metas desafiadoras em prazos de tempo cada vez mais reduzidos. Somadas às responsabilidades da vida de qualquer ser humano, como dar atenção e cuidar dos filhos, manter a casa organizada, ir ao mercado, lidar com o trânsito, essas cobranças acabam gerando um estado de estresse crônico.
Acontece que os filhos, de sua parte, não têm como compreender o ritmo e as demandas profissionais do pai ou da mãe. Como é comum para crianças e adolescentes, eles querem carinho, seja para brincar, seja para ajudar nas tarefas escolares. Só que os pais, se sentindo esgotados pelo trabalho, nem sempre estão com disposição e energia suficiente para dar toda a atenção que desejam para a família. E essa percepção os leva à cobrança e à frustração, por não estarem sendo capazes de suprir os filhos como gostariam, gerando ainda mais estresse.
Para quem se encontra nessa condição, uma espécie de círculo vicioso, pode ser muito difícil entender ou vislumbrar que haja uma saída. Por isso mesmo, é tão importante que busquem ajuda profissional, pois, caso contrário, a situação tende fortemente a se agravar. Um psicólogo ou psiquiatra, além de fazer o diagnóstico do burnout, são um apoio, um suporte fundamental para o alívio e a cura desta questão, que já é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma grave tendência na sociedade contemporânea.
Cada caso é único e deve ser visto dentro de toda sua complexidade, mas há algumas dicas que podem ajudar quem está passando pelo burnout. Nessa condição, os sentimentos de imperfeição ou incapacidade aumentam significativamente entre os pais e as mães. Cobrar-se menos, entender que somos seres humanos com muitas responsabilidades e que é normal errar, seja consigo, com os filhos, no trabalho é um primeiro passo. Compreender que não têm que superar tudo sozinhos, principalmente esse quadro, também é fundamental, até mesmo para que se abram, a fim de buscar ajuda para lidar com todas essas percepções e sentimentos.
Pais e mães naturalmente cuidam dos filhos, mas devem se lembrar de que também precisam cuidar de si. Sabemos que nem sempre é simples ou fácil fazer isso. Muitas vezes, o casal não tem uma rede de apoio familiar ou ajuda em casa, e há as mães e pais sozinhos. Enfim, são muitas as variáveis a considerar. De qualquer forma, é importante que todos entendam que o burnout tem cura e que o apoio dos profissionais, dos familiares e amigos é imprescindível para o restabelecimento completo das energias e da disposição de quem passa por essa condição.
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