Vãs expectativas

Todos nós já ouvimos falar ou sentimos expectativas em relação a uma pessoa, um acontecimento, mas nem sempre paramos para pensar sobre o impacto negativo que essa atitude, às vezes tão costumeira, tem em nossas vidas.

Podemos dizer que a expectativa é a espera de que algo aconteça de uma determinada forma. Sabe quando esperamos que o marido ou a esposa nos surpreenda na data de aniversário de casamento e eles nem se lembram? Ou que o amigo nos chame para aquele programa e ele acaba fazendo outra coisa, e ficamos a ver navios? Ou quando desejamos que a vida nos surpreenda, mas seguimos fazendo tudo igual?

E a verdade é que, quando se fala de expectativas, todos perdemos. Principalmente, porque elas são baseadas em suposições e ilusões a respeito do outro, das oportunidades, da vida. Muitas vezes, projetamos nas pessoas ou nas situações aquilo que desejamos que elas sejam.

Só que não é assim que a banda toca, pois cada um tem sua personalidade, seu jeito de ser e não vai mudar apenas porque queremos que seja diferente do que é. Além disso, é uma atitude de desrespeito com a outra pessoa, que fica sob a pressão de ser e agir segundo nossas expectativas.

Não é raro que os pais criem expectativas de que os filhos sigam suas carreiras, por exemplo. E acabam desrespeitando o direito que os filhos têm de descobrir e escolher seus próprios caminhos, seus talentos, seu propósito. Na verdade, cabe aos pais dar a eles a oportunidade e a liberdade de se conhecerem e de construírem suas vidas.

Nos relacionamentos amorosos também é bastante comum criar expectativas sobre a outra pessoa. Muitos acreditam que encontrar o par perfeito vai lhes trazer felicidade, segurança. Projetam no outro uma imagem idealizada e, na primeira situação que foge da idealização, a casa cai. Muitos casamentos são infelizes por essa razão.

Um relacionamento verdadeiro pressupõe crescimento mútuo e, para tanto, é preciso que ambos se enxerguem de forma honesta, ou seja, é preciso ir além das expectativas. Se olhar de frente com verdade e encontrar a flexibilidade, a tolerância, a capacidade de ceder, de superar as crises e de chegar a consensos.

E não só nos casamentos, mas em qualquer relação, seja na família, entre os amigos ou colegas de trabalho. Só podemos nos relacionar de forma sincera quando cada um tem verdadeiramente a possibilidade de ser quem se é, o que não ocorre quando alguém tem que satisfazer as expectativas do outro.

Da mesma forma, quando deixamos o outro alimentar expectativas que estão além daquilo que podemos oferecer, estamos nos desrespeitando. E não adianta achar que fazemos isso para que o outro não sofra. Ninguém pode ser feliz enganando a si próprio e a outra pessoa, fingindo ser o que não se é.

Essa forma de agir acaba roubando as verdadeiras oportunidades que temos de envolvimento, de crescimento e de melhoria. Esperamos que o outro faça diferente e tiramos de nós mesmos a responsabilidade de mudança, as possibilidade de chegarmos a resultados melhores.

Por isso, um bom antídoto contra a expectativa é aceitarmos a nós mesmos, as outras pessoas e as situações como elas são, ao invés de fantasiar. Quando nos magoamos porque alguém agiu de determinada forma, também é importante ponderar e refletir se não houve expectativas ou exageros de nossa parte – o que acontece na maioria das vezes.

O melhor a se fazer é colocar o foco em nós mesmos, cuidar de nossas vidas e entender como podemos ser mais claros a respeito do que queremos, do que esperamos do outro e do que podemos oferecer. Pode parecer difícil e nós sabemos que, muitas vezes, realmente é.

Ainda assim, sempre será uma posição mais honesta e verdadeira com nós mesmos, com as outras pessoas, com a vida. Quando agimos desse modo, deixamos de navegar no mar das ilusões, evitamos desentendimentos, frustrações, mágoas e nos tornamos mais íntegros, mais dignos.

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