Pais ansiosos, filhos tranquilos. Será possível?

As crianças e adolescentes parecem mais e mais agitados e impacientes a cada dia. Como as aulas não voltaram ao normal, a ansiedade, a irritação e a falta de motivação tendem a aumentar. Não é nada fácil ficar horas na frente do computador assistindo às aulas online e ainda ter de fazer as tarefas de casa.

Para os pais, que também estão enfrentando diversas mudanças em suas rotinas, tem sido realmente desafiador lidar com essa situação. Muitos reclamam do comportamento agitado, às vezes impaciente, dos filhos. E acabam, eles próprios, agindo de forma precipitada e irritadiça o que pode piorar a situação.

É claro que as crianças e adolescentes, em geral, têm um nível de energia diferenciado dos adultos, e precisam brincar, jogar, correr para utilizar e para extravasar essa energia. No entanto, isso não implica em serem ansiosos ou impacientes, desrespeitosos e agitados. E os pais podem ajudá-los a processar esses sentimentos.

O pai e a mãe são modelos que os filhos seguem naturalmente. Daí a importância de se observarem constantemente, para que possam se melhorar como seres humanos e ser o melhor exemplo que puderem. E isso vale tanto para a relação com os filhos, como com o cônjuge, os familiares, amigos, e as outras pessoas.

Então, para começar, se os filhos estão demonstrando algum indício de ansiedade, impaciência ou agitação, os pais podem observar a si mesmos. Estão sendo pacientes, têm brincado e conversado com os filhos, ainda que sejam 15 ou 30 minutos diários, prestam atenção ao que eles dizem? E no dia a dia, vivem ansiosos e apressados, com raiva, sem nem perceber?

Ao longo da vida, tendemos a repetir os padrões de comportamento e sentimento que aprendemos na infância e que são reforçados na adolescência. Por isso, quando adultos, muitas vezes, nos vemos com atitudes parecidas com a dos nossos próprios pais ou de outras figuras de autoridade com quem convivíamos, sejam avôs, avós, tios ou outras.

Podemos repetir, inclusive, as condutas paternas e maternas de que não gostávamos quando éramos crianças ou adolescentes. Sabe por quê? Porque boa parte das pessoas segue a vida no piloto automático e não aprende a se observar. E somente quando nos percebemos é que nos conhecemos de fato.

Ao percebermos modos e ações inadequadas, podemos decidir fazer diferente, mudar atitudes e sentimentos que são nocivos para nós mesmos e para quem convive conosco. Quem faz isso, se trabalha para se aprimorar e expressar o seu melhor constantemente.

A verdade é que não nascemos prontos e tampouco ficamos prontos na fase adulta, pois estamos nos construindo a cada dia. Sempre é possível sermos pessoas melhores, mais pacientes, mais confiantes, mais solícitas, mais generosas e menos ansiosas.

Porém, isso só acontece se, de fato, saímos do piloto automático na nossa vida e, a cada instante, fazemos escolhas melhores. Falar com calma e no tom certo com os filhos, pensar em coisas boas ao invés de considerar o pior cenário possível, ser compreensivo com seu cônjuge (principalmente na frente das crianças e adolescentes).

Quando os pais se dedicam a se observar, a agir com calma e tranquilidade, quando param para ouvir os filhos com atenção, e cuidam de sua própria ansiedade e insegurança, certamente, estão auxiliando as crianças ou adolescentes. Deste modo, ajudam a diminuir sintomas de ansiedade, depressão e outros transtornos.

Além disso, nesse momento, também cabe aos pais ajudar seus filhos a se motivar. Os tempos estão desafiadores, mas acredite, como tudo na vida, isso também vai passar. No entanto, até que tudo passe, todos precisamos trabalhar em nós a paciência, a resiliência e o autocontrole.

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