Os perigos dos diagnósticos feitos pelos pais

Atualmente o acesso à informação nos permite uma ampla gama de conhecimentos, mas é preciso ter muito cuidado. Na área da saúde, por exemplo, há muitos pais que, por ansiedade ou, até mesmo, por ter um cuidado excessivo, costumam diagnosticar os filhos. Basta ler uma ou duas matérias, assistir a vídeos ou reportagens falando dos sintomas de determinada doença ou síndrome, que alguns já se antecipam em dizer que a criança ou adolescente sofrem disso ou daquilo.

Esse é um erro gravíssimo. É certo que os filhos têm peculiaridades que deixam os pais preocupados, seja uma maior agitação, irritabilidade, choros constantes. Outras vezes, podem ser comportamentos como andar na ponta dos pés ou situações em que não conseguem controlar as funções excretoras. Ocorre que doenças, síndromes e outras condições não se resumem à aparição de alguns sintomas e precisam ser olhadas mais a fundo.

Fechar um diagnóstico é, muitas vezes, complexo inclusive para os próprios profissionais, sejam médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pediatras, psiquiatras, psicopedagogos, entre outros. Quem não se lembra das peripécias do famoso doutor House, da série de TV norte-americana? E da variedade de circunstâncias analisadas por ele e sua equipe para chegar à verdade sobre cada paciente? E quantas vezes a situação se mostrou diferente do que, no início, parecia ser?

Para se ter certeza das condições de saúde de uma pessoa é preciso muito estudo, conhecimento e prática, adquiridos ao longo da experiência profissional. É claro que os pais pesquisam sobre esses temas, pois querem entender se o comportamento dos filhos demonstra que precisam ou não de auxílio. Essa é uma conduta bastante saudável, não há nada de errado em agir assim. O que não está certo é o pai e a mãe, com base em suas pesquisas e a despeito de suas boas intenções, fecharem diagnósticos sobre o que acham que os filhos têm.

Muitas vezes, chegam, inclusive, a discordar da opinião dos profissionais e fazem uma maratona até encontrarem alguém que valide sua visão, sem pensar nas consequências que essa atitude pode trazer. Se o pai ou a mãe insistirem, por exemplo, em um diagnóstico mais simples, podem deixar de dar o tratamento adequado e piorar a condição dos filhos. Por outro lado, ao se aferrarem a um quadro mais complexo, podem expô-los a medicamentos e tratamentos desnecessários, o que trará efeitos colaterais.

Caso os pais fiquem em dúvida em relação a um determinado diagnóstico, não há problema em consultar outro especialista. Muitas vezes, é importante ouvir várias opiniões e ficar com a que parece mais ponderada e adequada à situação. Mas isso é diferente de começar uma romaria para chegar a um profissional que esteja de acordo com sua opinião de pai e mãe. Agir de forma obstinada pode custar muito caro, e é a saúde dos filhos que está em jogo.

Além da falta de preparo dos pais para avaliar corretamente essas situações, também é preciso considerar que eles eles têm a tendência a agir de forma emocional, o que é um fator complicador. Muitos podem não querer admitir que os filhos desenvolveram determinada condição ou enfermidade, até mesmo para protegê-los. Outros, ficam tão ansiosos e preocupados em preservar a saúde da criança ou adolescente a ponto de achar que, por exemplo, qualquer espirro é sinal de pneumonia, fantasiando doenças e condições irreais.

É realmente difícil e angustiante não saber o que os filhos têm e como ajudá-los. No entanto, nestas situações, o bom senso e o equilíbrio são essenciais. Buscar profissionais qualificados que levem os pais a entender as causas dos comportamentos ou dos sintomas percebidos nos filhos é imprescindível. Ainda mais, é necessário ter calma e paciência, pois pode levar um certo tempo para fechar o diagnóstico. Isso, sem contar o período adequado para fazer o tratamento e para consolidar as mudanças e curas a fim de que as crianças e adolescentes restaurem sua saúde e bem-estar.

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