Como costumamos dizer, a adolescência é uma fase de amadurecimento, cheia de questionamentos a respeito de si, dos pais, da vida. Mas isso não implica, necessariamente, em rebeldia, tristeza e isolamento por parte de qualquer adolescente. Na verdade, atitudes como essas podem ser sinais de algo bem mais complexo como, por exemplo, de depressão ou de tendências suicidas.
É perigoso achar que os adolescentes são difíceis, que mudam de humor o tempo todo e colocar todas as mudanças de comportamento nessa conta. Mais perigoso ainda é achar que, com o tempo, essas tendências vão passar. Infelizmente, nem tudo passa, e muitos adultos carregam marcas profundas em suas mentes e corações, fruto de situações não resolvidas na infância ou adolescência.
Além disso, estamos vivendo um momento delicado, muito propício para gerar ansiedade, depressão e desmotivação com a vida. Essa tendência afeta todas as faixas etárias, contudo as crianças e os adolescentes são mais suscetíveis a ela. Por isso mesmo, não se pode desconsiderar nenhuma mudança de comportamento, fala com tom de desinteresse pela vida ou até um desenho que demonstre tristeza, sofrimento.
Todos esses sinais podem ser indícios de que algo delicado está ocorrendo com eles. Não precisamos nos alarmar e achar que qualquer choro é depressão e que pode levar ao suicídio, no entanto, também não podemos nos esconder e nos omitir como pais, achando que esse tipo de situação só ocorre com os outros. Quando algumas dessas atitudes se tornam recorrentes, é preciso ligar o sinal de alerta.
Muitos pais e mães falam que seus filhos não fariam isso, que não veem essa tendência em suas crianças ou adolescentes. Infelizmente, pensamentos depressivos e suicidas não são públicos. Eles nunca vêm com um aviso em neon, e não há como ter certeza se a criança ou o adolescente têm ou não têm esse tipo de pensamentos e os sentimentos afins. Mas, para os olhos atentos, eles deixam algumas pistas.
Por isso, é preciso estar atento e olhar com carinho e cuidado nossas crianças e adolescentes. Contudo, não basta só observar. Caso os pais percebam alguma tendência, é preciso agir de forma potente e eficaz. Assim, é possível reverter com mais facilidade os processos que estiverem no início. Em casos mais avançados, mesmo que o tratamento seja mais intenso e, possivelmente, mais extenso, a cura também é totalmente possível.
E quais ações devem ser tomadas? Acolher os filhos e dialogar sobre o que estão sentindo, em primeiro lugar. E é preciso entender que os pais não dão conta de tudo sozinhos e que, nesses casos, precisam de ajuda especializada, seja de psicólogos, psiquiatras. E não se deixar abater! Pelo contrário: pais, mães e todos aqueles que lidam com esses processos precisam manter a coragem e a fé de que há uma solução!
Além disso, vão precisar de muita persistência e resiliência para ajudar as crianças e adolescentes que apresentam essas tendências. Quando uma pessoa chega a ter esse tipo de sentimentos e pensamentos, na maior parte das vezes, ela resiste a aceitar ajuda. Então é preciso paciência e muita determinação para vencer esses processos. Para tanto, o apoio, a união dos familiares e das pessoas mais próximas, também é essencial, pois são a base e o suporte necessários para enfrentarem esse grande mal.
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