O respeito começa no autorrespeito

Como adiantamos em nosso último texto (leia aqui) hoje vamos falar sobre o autorrespeito. Esse é um tópico importante porque, na verdade, quem não se respeita não pode respeitar as outras pessoas. É como você querer ensinar matemática para uma criança, sem saber as operações básicas e a tabuada, ou seja, não é possível.

Cada um de nós é único, não há, na face da Terra e em nenhum outro lugar do universo, duas pessoas que sejam iguais. Isso, por si só, já nos faz singulares. E reconhecer a singularidade de cada ser humano e a riqueza de tamanha multiplicidade é fundamental para desenvolvermos o autorrespeito.

Já pensou se todos fossem iguais, pensassem da mesma forma e agissem do mesmo modo, como um exército de robôs? A vida seria bem menos diversa e, possivelmente, pouco interessante, talvez até monótona. Daí a importância de aprender a conhecer e a valorizar o ser único de cada um, a começar por nós mesmos.

Por isso o autorrespeito anda de mãos dadas com o autoconhecimento e a autoestima. Se não nos conhecemos, se não sabemos quais são nossos valores, nossos desejos mais profundos, nossos sonhos, nossos limites, como vamos nos respeitar? E sem entender tudo isso, como vamos nos valorizar, nos amar?

Não é por acaso que, no templo grego de Delfos, dedicado ao deus Apolo que é identificado com o Sol, a luz da verdade, estava inscrito “Conhece-te a Ti Mesmo”. Somente quando nos entendemos, compreendemos nossos valores, desejos, sonhos, nossos limites e, também, nossas falhas, ou seja, nossa verdade, podemos nos amar e nos respeitar.

E quem não sabe quem é, quem desconhece a própria verdade, acaba sendo controlado, manipulado. As pessoas alienadas de si são incapazes de ter uma opinião própria sobre qualquer tema, seguindo toda e qualquer tendência cegamente. Perdem-se nas expectativas, demandas e cobranças da família, dos amigos, das tendências tão amplamente divulgadas pela mídia, pelas redes sociais e, também, nas próprias fantasias que têm sobre si.

Assim, acabam adoecendo física, mental e emocionalmente. Não é por acaso que os números de pessoas com distúrbio de ansiedade e depressão, com transtornos psicológicos e psiquiátricos têm crescido de forma vertiginosa. Ainda que possa parecer confortável seguir na autoalienação, a verdade é que o preço de passar por cima de si é alto, e a conta sempre chega.

Ao longo da vida, quem se desrespeita irá atrair e encontrar pessoas que a tratem do mesmo modo como ela se trata, por sintonia. E é a falta de autorrespeito que irá dar o tom das suas relações, pois ela mesma irá dar o exemplo de como deve ser tratada. Isso ocorre em todos os ambientes, seja na família, no namoro, no casamento, no trabalho, entre os amigos.

A área afetiva, por exemplo, é uma das mais sensíveis. Há muitas pessoas que permanecem em namoros e casamentos tóxicos por acreditarem que precisam dar uma satisfação à própria família ou à sociedade, de que precisam estar em um relacionamento. Outras, não conseguem ficar a sós com elas mesmas e acabam vivendo situações dolorosas em relacionamentos abusivos, violentos e agressivos. Algumas chegam a perder a própria vida.

Não podemos nos enganar: quem não se respeita, não se conhece, não se ama, não pode encontrar em uma relação aquilo que não se oferta. Como pode esperar que o outro faça para você aquilo que você mesmo não faz para si? Como esperar que o outro te ame e te valorize, se você sequer se conhece e se respeita?

A boa notícia é que esse comportamento não é uma sentença para toda a vida. É possível desenvolver o autorrespeito, mas, para tanto, é preciso estar disposto a se olhar de frente, com coragem. Entender quem é você, quais são seus valores, seus princípios, seus sonhos, o que você realmente deseja realizar e fazer com sua vida, quais são suas prioridades. Essas são questões essenciais e que só você pode responder, ninguém mais.

A partir de suas respostas e reflexões é possível traçar uma linha de conduta e um plano de ação para si. Quem age desta forma não se perde correndo atrás de ilusões, para ter ou parecer ser isso ou aquilo, apenas porque todos fazem e está na moda, ou para suprir as expectativas dos pais, dos filhos, do cônjuge ou de seja lá quem for.

Pelo contrário: quem se respeita, sabe quem é e valoriza tudo aquilo que é importante para si. Por isso mesmo, age de acordo com esses princípios, pois reconhece o próprio valor. Ao fazer isso, também valoriza as outras pessoas, pois entende que cada ser é único, singular e digno de respeito.

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