Lidar com as restrições atuais é mais difícil para as crianças e adolescentes

Como dissemos no texto “Crianças chorosas ou irritadiças: sensibilidade ou falta de educação?”, as crianças e os adolescentes são mais sensíveis do que os adultos. E quando se veem diante de mudanças bruscas na rotina, na interação com os colegas e com os familiares, elas tendem a sentir esses impactos com maior intensidade. Como ainda não desenvolveram a capacidade de agir de forma madura diante das frustrações, muitas vezes, eles reagem emocionalmente, podendo ficar distantes ou agressivos.

A interrupção do estudo presencial, a adaptação às aulas online, o corte no convívio diário com os amigos foram e são transformações significativas para eles. Por esta razão, tanto as crianças quanto os adolescentes estão se sentindo frustrados, tristes, desconsolados. Até mesmo os que estão voltando às aulas presenciais, pois têm que se ajustar aos protocolos de prevenção seguidos pelas escolas. Ainda que essas medidas sejam realmente necessárias, elas tiram a espontaneidade do convívio, das brincadeiras.

A verdade é que, para eles, é bem mais difícil conviver com tudo isso do que para os adultos. Muitos se tornaram extremamente ansiosos com relação às notas, às tarefas de casa, outros estão desmotivados com o futuro, sem a mesma dedicação de antes. Tornou-se comum ouvir adolescentes dizendo que não aguentam a escola, que estão levando os estudos de qualquer jeito, que não veem sentindo em aprender e estudar. Até as crianças menores se sentem assim, reagindo com birras ou se recusando a estudar, fazer os deveres.

A escola era um ambiente de socialização, em que todos tinham oportunidade de se conhecer, brincar, interagir de forma divertida, ver gente. Agora isso mudou e não podemos ignorar essa transformação, pois tendemos a exigir deles o mesmo desempenho escolar e padrão de comportamento de antes. E isso não vai acontecer. Por essas razões, eles estão irritadiços, ansiosos, chorosos, demandando maior atenção da família e dos professores, coordenadores, por exemplo.

Por seu lado, os pais podem se antecipar e se dedicar mais à relação com os filhos. Assim, fazem com que eles se sintam próximos, amparados e seguros. Devem prestar atenção às diferenças de comportamento, tanto das crianças, quanto dos adolescentes. Entender que não é natural que queiram ficar trancados em seus quartos o tempo inteiro, que estejam chorosos ou com dificuldades para dormir, comer. Esses são apenas alguns dos indicativos de que algo não está bem.

A observação dos pais e a intervenção no tempo certo podem evitar sérios problemas emocionais, como ansiedade crônica, depressão e, até mesmo, tendências suicidas. Infelizmente, os lobos da depressão e do suicídio estão muito mais perto dos nossos filhos do que imaginamos. Na internet e nas redes sociais, há inúmeras informações inadequadas sobre esses temas, que são colocadas de forma divertida, heroica ou glamorosa, sendo muito atrativas para as mentes jovens. Portanto, pais, todo cuidado é pouco!

Há diversos modos de lidar com essa situação, mas o principal é cuidar do diálogo, da relação com os filhos, mantendo a família unida. Nesse sentido, é importante organizar momentos para se descontrair, como comer uma pizza, assistir a um filme, fazer uma rodada de jogos de tabuleiro. Ou seja, programar atividades em que possam se reunir e se divertir. Um passeio de bicicleta, para quem está saindo de casa, ou uma volta no parque, um piquenique no jardim ou em um gramado podem ajudar de forma significativa a manter o equilíbrio familiar.

Sabemos que estamos mais atarefados, cansados e sensíveis, mas a atenção com os filhos deve ser redobrada, sem folga. Ainda que se sintam sobrecarregados e com vários problemas, os pais precisam entender a delicadeza desse momento e se conscientizar que um vacilo, uma desatenção, podem custar muito caro, trazendo dores profundas para todos. E os pais são os responsáveis, aqueles que devem primar pelo equilíbrio emocional dos filhos, da família.

Quando tudo isso passar, certamente, se sentirão mais aliviados, com a certeza de que os filhos foram bem cuidados e encaminhados durante esse período tão diferenciado.

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