Flexibilidade com crianças e adolescentes durante o isolamento social

O momento que estamos vivendo é atípico para todos nós. O Covid19 nos colocou em uma situação que só tem precedentes no século passado, quando muitos de nós sequer éramos nascidos. A maior parte de nós cresceu e viveu suas vidas sem se defrontar com desafios coletivos de grande monta, como uma grande guerra, por exemplo.

E em 2020 isso mudou. Não sabíamos como agir diante de tudo o que estava ocorrendo, o que fazer, o que iria acontecer. O inesperado e o improvável se fizeram presente em nossas vidas. E, ainda que com algumas diretrizes relacionadas à higiene, ao isolamento, cada um reagiu e teve que se virar do seu jeito.

A verdade é que o inesperado e a mudança trazem para o ser humano os sentimentos de incerteza, de dúvida e medo. Para os pais, sobre quem recai a responsabilidade de criar, cuidar e zelar pelo bem estar dos seus filhos, de protegê-los, esses sentimentos ficam, inclusive, mais potencializados. Algumas vezes, geram preocupações e ansiedade, entre outros distúrbios.

A cada notícia e alteração no cenário, uma decisão precisa ser tomada. Deixar os filhos voltarem às aulas presenciais ou não, por exemplo. E, diante das aulas on-line e das medidas de isolamento, o que fazer com os filhos presentes o tempo todo em casa? Enfim, a rotina familiar mudou e, a despeito de todos os prognósticos, é uma transformação que está se estendendo para além do que muitos esperavam.

E não há o que se fazer, a não ser se adaptar da melhor forma possível. Só que isso não é assim tão simples. Nós somos seres de hábitos e nos acostumamos, até mesmo, nos apegamos a eles: acordar, tomar banho, se arrumar, tomar café, levar as crianças à escola, dirigir para o trabalho, almoçar, voltar para o trabalho, para casa, etc. Uma modificação drástica nessa rotina altera completamente as bases da nossa vida.

Por essa razão, nem todas as alterações são simples de lidar, elas requerem um período de treino, de amadurecimento e de adaptação às novas rotinas. É como a começar a escrever com a mão não dominante. Primeiro a letra sai torta, um garrancho, a pessoa fica sem jeito de pegar no lápis. Mas, com o tempo, vai se acostumando, a grafia melhora e ganha-se velocidade.

Alterar nossos hábitos em um primeiro momento é incômodo, parece antinatural. Some-se a isso a delicadeza da situação da Covid 19 e podemos compreender a profundidade dos impactos de tudo que estamos vivendo em nossas famílias. Agora, passado um ano do início de toda essa situação, já sabemos nos proteger melhor, já nos acostumamos às máscaras, ao álcool gel.

Mas não é tão simples nos acostumarmos ao isolamento social. Somos seres sociais, gregários e isso é verdadeiro, concordemos ao não. Nós temos e sentimos a necessidade da companhia de familiares e amigos, de ver gente nas ruas, nos shoppings, de conversar com as pessoas. E isso é mais sensível para as crianças e adolescentes, pois eles estão muito acostumados ao convívio com os amigos.

Eles tendem a ser mais ativos, pelo menos a maior parte deles. Gostam de sair, brincar, estar com a turma, conversar, etc. Essa é uma parte fundamental da vida para eles, onde podem aprender até mais do que na sala de aula. Então, quando se veem privados disso, o impacto é realmente de trazer desânimo, tristeza e falta de motivação, podendo chegar à ansiedade e à depressão.

Por isso, pela falta daquilo que é o mais divertido e interessante nas escolas, eles não estão mais motivados para os estudos on-line. Na verdade, nunca estiveram. Passado um ano, observamos que a desmotivação e o desânimo aumentaram muito. E, mesmo que os professores estejam fazendo o seu melhor para tornar as aulas mais atrativas, nem de longe chegam aos pés do que era vivido e compartilhado no ambiente escolar.

Quer dicas de como lidar com essa situação? Leia a continuação desse texto que será publicada na próxima terça-feira em nosso site.

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