Consciência do todo

Em nosso texto anterior falamos do egoísmo e de como ele contribui para o isolamento das pessoas (Clique aqui). E, ainda que atitudes egoístas,  individualistas e competitivas sejam bastante comuns, muitas vezes até enaltecidas, há, por outro lado, cada vez mais o fortalecimento de uma visão mais cooperativa, da consciência de conjunto. Como dizia o poeta inglês John Donne, “nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio; cada homem é um pedaço do continente, uma parte do todo”.

E não precisa ir muito longe para entender que não estamos sozinhos neste mundo. Todos viemos de uma família que integra uma comunidade, que está em uma cidade, situada em um país, construído sobre um continente que é uma das porções do planeta, que faz parte do sistema solar, que é integrante da galáxia à qual pertencemos e assim por diante. Tudo está interligado em esferas mais ou menos amplas que, por sua vez, integram sistemas cada vez mais amplos.

E, ainda que nos custe perceber essa interconexão, a verdade é que somos parte de um todo maior e que tudo aquilo que nós fazemos tem impactos diretos ou indiretos em todas as esferas que o compõem. Pensemos no nosso corpo, por exemplo. São cerca de 10 trilhões de células que integram tecidos, órgãos e sistemas, que constituem a unidade física de cada pessoa. E o que acontece quando uma dessas células começa a operar de modo disfuncional? Ela adoece as células próximas a ela e pode afetar o órgão ou sistema de que faz parte e, dependendo do grau da disfunção, pode levar ao colapso de todo o sistema.

Da mesma forma acontece conosco e com nossa conduta na sociedade. Se o indivíduo é uma célula, o ambiente inicial é a família, em alguns casos instituições. Quando os pais ou outros responsáveis, como avós, tios, tutores, etc, criam os filhos com valores elevados e impõem limites, quando há respeito dentro do lar, os filhos têm a chance de crescerem de forma saudável e de se tornarem adultos equilibrados, responsáveis, de reta conduta. É certo que cada filho tem sua personalidade e que escolherá os próprios caminhos, mas com uma base firme e forte, fica mais fácil acertar ou corrigir os possíveis deslizes.

Crianças e adultos equilibrados, também tendem a ser alunos e profissionais equilibrados, atuando de forma positiva e cooperativa, seja na escola ou no trabalho. Assim, contribuem para o bem estar não só de suas famílias, mas para o das escolas, universidades e empresas em que trabalham, e dos colegas também. São pessoas que, em geral, sabem agregar, respeitam as outras pessoas e sempre buscam o melhor resultado geral, ao invés daquilo que favorece somente a si próprio. Ou seja, são como as boas células que contribuem para a saúde das células vizinhas e dos órgãos em que estão locadas. 

E pessoas equilibradas, responsáveis, influenciam também em todos os outros ambientes em que interagem, seja na escola, na fila da padaria, do banco, no trânsito, na assembleia do condomínio ou do bairro. Este tipo de ação, de conduta reta por meio de atitudes comprometidas cria um encadeamento de resultados e impactos positivos que contribuem não só para o próprio bem, mas para o bem comum, seja na família, na comunidade em que se vive, na própria cidade e aí por diante. É como uma boa empresa, que gera empregos, renda e contribui para a economia do município, do estado, do país, talvez até do mundo. Assim como um órgão saudável contribui para a saúde de todo o corpo.

As novas gerações parecem ter uma facilidade maior para compreender essa visão, pela própria experiência com a internet e seus instrumentos, como redes sociais, aplicativos, etc. Eles entendem que podem conversar com uma pessoa do outro lado do mundo e que suas ideias e experiências podem ajudar a solucionar questões de formas diferenciadas. Sabem, ainda, que as habilidades que um desenvolveu podem contribuir para criação de algo que irá beneficiar muitos.

Entendem também que aquilo que publicam e divulgam traz consequências, podendo afetar a vida de outras pessoas ou gerar aprovação ou desaprovação de amigos ou de um público mais amplo, dependendo do tamanho da rede que tenham conseguido criar. Ou seja, eles entendem mais facilmente as possibilidades de comunicação e cooperação e, até mesmo, os riscos trazidos por tamanha interconectividade. E esse não é um fenômeno novo, causado pela internet. Ela apenas tornou mais evidente a realidade de que tudo está verdadeiramente interconectado.

Quem vive e compreende essa interconexão, se torna mais responsável e consciente de suas próprias escolhas e atitudes, instante a instante. Sabe que ao ser um bom pai ou uma boa mãe, um bom profissional, além de cuidar da própria família e da carreira, também oferece um bom exemplo para seus filhos e pares, para os colegas de trabalho. E que os impactos positivos de quaisquer de suas ações vão muito além de si. Ou seja, uma pessoa responsável e consciente é uma célula saudável na sociedade, e contribui de forma positiva e decisiva para a saúde de todo o sistema.

Por esta razão, quando temos consciência de que somos parte de um todo maior, nos empenhamos em fazer o nosso melhor, em mantermos uma conduta reta e coerente, com ações equilibradas e conscientes sempre, seja onde for.

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