Como ajudar crianças e adolescentes ansiosos neste momento de corona vírus?

A ansiedade é considerada um mal deste século. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas das Américas: 15,5 milhões de brasileiros (7,5% da população) convivem com transtornos de ansiedade.

Esse transtorno desencadeia dificuldades emocionais ou comportamentais que podem perdurar da infância até a vida adulta. Pesquisas de instituições renomadas, como a Universidade de São Paulo (USP), revelaram que aproximadamente 10% de todas as crianças e adolescentes têm ou irão ter algum tipo de ansiedade ao longo da vida.

Atualmente, a pandemia do corona vírus pode ser um gatilho para iniciar ou agravar a ansiedade, como ocorre com outras situações que geram elevado estresse e tensão. A possibilidade de se contaminar ou a contaminação da criança ou adolescente, dos pais, familiares ou de algum amigo, as medidas de restrição de circulação e de isolamento, bem como a exposição demasiada a notícias e vídeos sobre o tema podem dar o pontapé inicial para o desenvolvimento do transtorno.

A partir daí, outros pensamentos em série são desencadeados, que podem resultar tanto em um grau leve de preocupação, como em um elevado nível de angústia e medo. Neste último caso, a ansiedade se torna um problema grave, pois começa a atrapalhar a vida cotidiana da criança ou do adolescente.

E para crianças e adolescentes que já apresentam um quadro ansioso alguns comportamentos neste momento podem ficar mais evidentes como o surgimento ou a intensificação de manias, ideias ou pensamentos persistentes, a necessidade exagerada de organização ou de limpeza, o sofrimento mais acentuado quando as coisas estão fora de ordem, impulsos agressivos de qualquer ordem, medo de sair de casa, de doenças ou de ser contaminado. Além disso, outros sintomas como dores de estômago ou de cabeça, náuseas, sensação de desmaio, vômitos, tonturas e perturbação do sono também são frequentes.

Se você já percebeu que seu filho (a) apresenta algum ou vários desses comportamentos ou sintomas, sugerimos fortemente que dê mais atenção a eles neste momento. Não perca tempo, pois o aumento dos níveis de ansiedade para quem já tem um quadro existente, pode levar a outros transtornos mentais, como depressão, pensamentos suicidas, medos e fobias exacerbados, crises de pânico.

Ainda que o tema do coronavirus seja recente, ele já está contribuindo para o agravamento dos quadros de ansiedade, segundo relatos de profissionais de saúde mental. Não deixe que isso ocorra com os seus filhos. Se necessário, procure um psicólogo ou psiquiatra o quanto antes – há diversos profissionais que estão fazendo atendimento remoto, em respeito às medidas de contenção.

Além disso, aproveite a situação para se informar e iniciar um diálogo amoroso e franco com seus filhos sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo. Não tente minimizar a situação e ajude-os a entender que medidas preventivas são essenciais neste momento. Nós já fizemos um post com dicas sobre como abordar o tema com crianças (inserir o hiperlink).

Apesar das medidas de recolhimento necessárias para conter a disseminação do vírus, esse é um momento que demanda, acima de tudo, a união no lar, para que os pais e responsáveis possam de fato ajudar as crianças e adolescentes a vivenciar esta situação da melhor forma possível. Aproveite para inventar atividades em família, para dialogar, interagir e construir ou reconstruir as relações familiares com base no amor, na cooperação, na amizade, no respeito, na responsabilidade e na cidadania.

Não perca este precioso tempo extra que, ainda que de forma dolorosa e imperativa, está sendo ofertado. Fortaleça e crie novos vínculos familiares. Vocês e seus filhos só tem a ganhar com isso. Ajude-nos a Fazer o Mundo Melhor!!!

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