Autoestima em alta estima (continuação)

Bom, em nosso texto anterior falamos de como as pessoas com autoestima elevada são, como se veem e se percebem, como enxergam a vida e como se comportam a partir dessas percepções. Ocorre que nem todas as pessoas têm a autoestima elevada e equilibrada. É mesmo possível que a grande maioria delas esteja em um ponto contrário a tudo isso.

Na verdade, nem todo aquele que “parece” ou mostra o quanto é próspero, realizado, feliz e, portanto, “detentor” de uma excelente autoestima, realmente é. Quem acredita que precisa mostrar ou provar o quão bom é para alguém, seja quem for, na verdade, já está refém. Refém de uma percepção negativa de si, segundo a qual necessita da aprovação e do reconhecimento do outro para saber-se valoroso. E quem se vê desta forma seguramente está com a autoestima baixa, distorcida.

Atitudes narcisistas, egoístas ou exibicionistas, que resultam deste tipo de autopercepção, estão muito distantes de uma autoestima saudável. Na verdade, quem acha que ter boa autoestima é falar muito de si, mostrar-se ou se autopromover o tempo todo, comete um grande equívoco. Sabe aquela madrinha que quer aparecer mais que a noiva? Constrangedor, não e?

Quem tem autoestima elevada não precisa se gabar, seja do que for, nem insinuar que as outras pessoas são menos, diante da exuberância de suas virtudes ou habilidades. Mesmo que sutil, esse tipo de atitude, na verdade, apenas revela uma personalidade competitiva, um complexo de superioridade ou de inferioridade. E todas essas características são resultado de autoestima baixa.

Além disso, arroubos de otimismo, felicidade, êxtase, também não combinam em nada com uma autoestima elevada. Sabe quando alguém se apaixona, consegue um novo emprego, inicia um novo curso, o que seja, e a vida parece ter virado um conto de fadas, do dia para a noite? E quando, algum tempo depois, a pessoa volta ao  padrão morno, insosso em que vivia?

Esse retorno ao estado anterior ocorre porque, na verdade, a pessoa não mudou o seu modo de se ver e de encarar a vida. Ela transferiu todas as suas expectativas de ser feliz para esse novo amor. É como se esse relacionamento pudesse, magicamente, transformar toda a sua existência, mas ela própria, interiormente segue da mesma forma – e, por isso, voltou ao ponto anterior. 

Quando falamos de autoestima elevada e de tudo o que ela implica, não há passe de mágica. Como dizia Einstein, é insano querer obter resultados diferentes se você faz sempre a mesma coisa. Você pode receber um tesouro, mas se seguir achando que você tem pouco ou nenhum valor, irá arrumar um jeito de jogar tudo fora ou de não desfrutar do que tem. Isso porque, mesmo cercado de ouro, você seguirá se vendo e percebendo a vida de um ponto de vista negativo, distorcido.

A autoestima elevada, por outro lado, traz uma vida mais feliz, com realizações. Como já dissemos em nosso texto anterior, a pessoa com a autoestima elevada vive de bem com a vida, independente das circunstâncias momentâneas ou da rotina. Como são equilibradas e comprometidas, são boas profissionais, cônjuges e conseguem bons cargos, salários, relacionamentos, o que leva a uma vida, no mínimo, tranquila.

Leia a primeira parte do texto Autoestima em alta estima aqui.

É um processo interior em que o ser leva ao ter. Ou seja, a pessoa se vê de forma positiva e, por isso mesmo, encara a vida com compromisso, vitalidade e disposição. Como é mais leve, confiável, alegre, disposta, ela acaba atraindo para si oportunidades boas e prósperas. Assim, pode ter e usufruir de tudo aquilo que deseja: mesmo porque já faz isso constante e cotidianamente. 
Só que, em geral, as pessoas não se dão conta ou não são informadas que funciona desta forma e entram no ciclo oposto: o do ter para ser. Acham que adquirir ou ter determinado bem, viver determinada experiência as farão felizes, ou seja, transferem todo o seu bem-estar para esses itens externos. Na verdade, grande parte da informação que recebemos tem base nessa lógica inversa e perversa.

Assim, as propagandas, os livros, séries e filmes, os perfis do Face, do Insta, tudo isso sugere o tempo todo como você será feliz ao adquirir um determinado carro, uma roupa, se usar determinada maquiagem, sapato, se viajar a esse e aquele lugares, se for de uma forma determinada. Só que, passada a euforia inicial, a vida volta à infelicidade habitual.

E cria-se um círculo vicioso, pois, ao passar essa sensação inicial, você precisa de mais e mais. E pode ser mais de qualquer coisa: mais aquisições, mais amores, mais comidas, mais viagens. Só que a pessoa acaba nunca encontrando a satisfação, pois ela só pode vir de uma visão positiva e equilibrada de si.

Ah, e existe também a pessoa com a autoestima baixa que ao invés de querer mostrar para todos o quanto é bom, acaba por se autossabotar. De forma inconsciente, ela demonstra para si e para o mundo que não é boa o suficiente, que nada dá certo para ela,  que não vale a pena, que não é capaz.

Aqui o círculo vicioso também existe, com certas diferenças: a pessoa tem uma visão negativa de si, logo boicota a si mesma ou a qualquer oportunidade que tiver. Deste modo, só pode ter resultados negativos no que quer que faça, o que reforça a crença inicial negativa e assim por diante. Ou seja, ela se faz uma vítima das circunstâncias, do mundo, conforme a crença distorcida que tem de si mesma e da vida, e fica rendida a essa visão.

Modificar essas tendências negativas e alimentar o círculo virtuoso da autoestima positiva é possível, mas demanda, acima de tudo, uma reavaliação pessoal, além de mudanças nos padrões mentais, sentimentais e comportamentais. Ou seja, é um processo profundo que demanda um compromisso consigo mesmo, além de disciplina, dedicação e uma atitude renovada diante de si e da vida. 

Em muitos casos, a baixa autoestima é um padrão mental já bastante consolidado. Quando a visão negativa de si é profunda, a pessoa pode não conseguir se desvencilhar dela sozinha. Pode, até mesmo, nem enxergá-la, se autoenganar. Quando isto acontece, é necessário procurar acompanhamento psicológico para ajudar na construção de uma visão mais saudável de si e de uma vida mais feliz e realizada.

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