Na primeira parte do nosso texto, destacamos a importância de que os pais conversem e reflitam com os filhos sobre os resultados das escolhas que eles fazem. Por exemplo, se passaram de ano com tranquilidade, podem mostrar como foi fruto dos estudos e do empenho na escola. No caso de terem ficado de recuperação, por falta de estudos ou de empenho para fazer os trabalhos e tarefas, também é preciso deixar isso bem claro para eles.
Só que essa conversa precisa ser feita com todo o carinho. De nada adianta despejar todos os erros em cima dos filhos, isso apenas iria frustrá-los e fazer com que se sentissem ainda piores, podendo, inclusive, agravar a situação. Dizer que o ano foi desastroso e que eles fizeram tudo errado, que não têm jeito, entre outras tantas coisas que os pais podem falar para as crianças e adolescentes quando perdem a paciência ou se sentem também frustrados, não ajuda em nada.
Ao invés disso, que tal dizer que entende que não foi fácil, que é realmente mais complexo se adaptar às aulas online ou com as restrições por conta da Covid 19, e que, mesmo que prefiram outras atividades como futebol, dança, desenho, é preciso priorizar também a escola? E que têm a certeza de que eles conseguem fazer diferente e melhor? Nesse processo, é essencial que os pais tenham maturidade e que mostrem às suas crianças e adolescentes suas qualidades e seu enorme potencial.
Qual pai ou mãe não sonha em ter seus filhos realizados e felizes? Só que eles estão em um período de intenso aprendizado, de crescimento e desenvolvimento cognitivo, os adolescentes passam por mudanças hormonais que afetam o comportamento e a forma de pensar. Por tudo isso, é preciso que os pais possam entender a fase pela qual cada filho passa e, desta forma, possam dosar o modo de mostrar a eles onde não foram tão bem e como podem se superar naquela determinada atividade, hábito ou comportamento.
Sabemos que os filhos não vêm com manual de instruções e que cada um precisa ser entendido no seu jeito único de ser. Sabemos também que os pais, muitas vezes, se sentem perdidos sem saber o que fazer quando as crianças e os adolescentes passam por problemas. Mas sabemos igualmente que o amor, a aceitação (que não significa aprovar condutas equivocadas) e o diálogo franco, respeitoso, afetuoso e aberto são os ingredientes perfeitos para se lidar com qualquer situação na vida deles.
Então, nesse final de ano, que tal fazer um momentinho especial com as crianças e os adolescentes, para conversar com eles sobre os erros cometidos e sobre as consequências pelas quais talvez tenham que passar? É importante lembrar de falar sobre as possibilidades que eles têm de fazerem melhores escolhas, de agirem de forma diferente e mais aprimorada, de se superarem. Outro ponto essencial é ressaltar as conquistas dos filhos, seus avanços e melhorias, e celebrar tudo isso com eles.
Assim, todos aprendem a fazer um balanço saudável do ano, de suas ações, resultados e podem, deste modo, se planejar para um começar um novo ciclo, diferenciado, com entusiasmo e motivação para seguir adiante e fazer mais e melhor.
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