A volta às aulas requer compreensão e apoio dos pais e responsáveis

Como todos sabemos, o ano de 2020 foi atípico e, para as crianças e adolescentes, foi bastante desafiador. Elas tiveram que se adaptar ao ensino à distância e a estudar sozinhos, sem poder interagir com os professores e colegas. E o corte abrupto no convívio escolar trouxe grandes perdas para todos.

Nós somos seres gregários e precisamos do convívio presencial. A escola é um dos primeiros e principais ambientes onde as crianças e adolescentes vivem e convivem entre si, onde aprendem a interagir fora da família. E essa é a parte mais divertida da escola, a interação, as amizades, as brincadeiras, as conversas.

Além de contribuir para as habilidades de socialização, a interação com os colegas e a diversão gerada nesse convívio são grandes potencializadoras do aprendizado. Elas fazem com que o estudo seja mais leve, descontraído e, por isso mesmo, fica mais fácil aprender. Acontece que, de uma hora para outra, tudo isso simplesmente desapareceu.

As escolas, pegas de surpresa, precisaram criar novas formas de ensinar. Muitas não tinham recursos tecnológicos e metodologias de ensino à distância apropriadas, além de pouca ou nenhuma experiência no ramo. Como consequência, tiveram que improvisar e se adaptar da melhor forma possível.

Os professores também não estavam preparados e precisaram rever sua forma de ensinar. Como manter o aluno interessado? Qual a melhor forma de passar o conteúdo? Como aplicar provas, atestar o rendimento, o interesse dos alunos? Como lidar com tudo isso?

Assim, com a necessidade de uma adaptação tão brusca para professores e escolas, e com a retirada da interação entre os alunos, verdade seja dita, o estudo ficou cada vez menos interessante. Por isso, antes que os pais comecem a culpar os filhos pela falta de interesse diante da volta às aulas, é preciso analisar todo esse contexto.

É claro que existem aquelas crianças e adolescentes mais resistentes aos estudos, que não gostam e não se interessam, que nunca gostaram de estudar, mas essa não é a regra. A maioria deles gosta de aprender, de ir à escola, de interagir com professores e amigos. E toda essa mudança tem trazido muito sofrimento.

Há diversos relatos que confirmam o aumento de crises de ansiedade entre crianças e adolescentes, em especial, no 2o semestre de 2020. Também foi observado crescimento da irritabilidade, da incidência de birras e de brigas entre irmãos. Alguns tiveram queda no rendimento escolar, outros deixaram de fazer as tarefas.

Além disso, ao utilizar o computador ou tablet para assistir às aulas, fica mais fácil jogar, assistir a vídeos no Youtube, interagir nas redes sociais. O acesso mais amplo e imediato a esses conteúdos contribui de forma expressiva para dispersar a atenção das crianças e adolescentes, e para aumentar ainda mais o desinteresse pelos estudos.

Então, agora que se aproxima a volta às aulas, sejam elas presenciais ou virtuais, é essencial entender a delicadeza desse momento. Só assim poderemos ser compreensivos e ter paciência para apoiar nossos filhos, de forma a ajudá-los a fazer a retomada dos estudos da melhor forma possível.

Ao invés de criticá-los, caso se sintam desanimados e desmotivados, é preciso acolhê-los. Explicar a eles que essa é uma situação excepcional e que, como em muitas circunstâncias na vida, é preciso se adaptar. E, ainda que não seja a melhor das situações, utilizar as ferramentas e possibilidades que já se tem para perseverar nas amizades, nos estudos, na vida. Também, cultivar essas mesmas atitudes em nós mesmos, oferecendo a eles o exemplo motivador.

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