A vida pede flexibilidade

Quem nunca ficou boquiaberto diante da capacidade que os contorcionistas circenses têm de dobrar o corpo de formas que parecem quase impossíveis? Mesmo que não tenhamos essa desenvoltura física, a flexibilidade é uma habilidade que todos nós podemos desenvolver e que é essencial para o bem viver, pois a vida pede flexibilidade.

Quando não somos flexíveis, nos tornamos frios, duros, incapazes de nos relacionar, de nos adaptarmos às mais diferentes situações e ambientes, e, acima de tudo, de nos remodelarmos para seguir em frente. A vida está em constante movimento e evolução e é preciso flexibilidade para seguir esse fluxo constante, para aprender a fluir!

Por exemplo, sem flexibilidade não dá para entender que é preciso ter condutas distintas no trabalho ou em um encontro com os amigos. Nem que há aqueles amigos que gostam de piadas e outros que nem tanto assim. Ou, ainda, que há aqueles que vão ficando mais brincalhões ou sisudos com o tempo. E se não nos adaptamos a essas tendências, reconhecendo os diferentes requisitos e habilidades necessárias em cada uma das circunstâncias e fases da vida, podemos ficar inflexíveis.

No casamento ocorre da mesma forma. Não é realista pensar que se pode manter o mesmo clima do namoro após o nascimento dos filhos. As responsabilidades, as demandas e as situações são outras, e é preciso flexibilidade para se adaptar e viver cada uma dessas fases, da melhor forma possível. Se não, corre-se o risco de ficar reclamando pelo que não se tem mais, perdendo as oportunidade de aproveitar momentos únicos que não retornarão.

Alguns pais, por exemplo, também têm dificuldade de serem flexíveis com os filhos. Querem que as crianças se comportem como adolescentes e que estes sejam como adultos. Mas eles estão na infância e adolescência e, por isso mesmo, sua compreensão é coerente com essas fases. Eles choram ou se trancam no quarto quando algo lhes desagrada. Se os pais não entendem isso, não se flexibilizam e não ensinam como é possível dialogar, podem acabar batendo de frente com os filhos e armar a maior confusão.

Se não buscamos ser flexíveis, corremos o risco de nos tornarmos um rolo compressor ou um trator, passando por cima de tudo e todos. Como um carneiro arremetendo contra uma cerca. E esse tipo de atitude torna a convivência muito mais difícil. Os profissionais sabem o tanto que isso é verdadeiro. Quem nunca teve um colega de trabalho ou chefe irredutível e difícil de lidar? Aquela persona non grata com quem ninguém gosta de trabalhar?

Além disso, atualmente, ser um profissional flexível requer estar aberto às diversas mudanças que ocorrem no ambiente de trabalho. Se dispor a lidar com diferentes e novas ferramentas, métodos e tecnologias. Imaginem se os astrônomos se aferrassem aos antigos telescópios e não aceitassem os novos equipamentos computadorizados? Não conheceríamos metade do que sabemos sobre o Cosmos!

A diplomacia, por exemplo, é outra área que sabe muito bem da importância da flexibilidade. Em determinados países, um abraço ou aperto de mãos podem não ser adequados e até entendidos como ofensa. Da mesma forma, é preciso encontrar caminhos em uma negociação, onde todos possam contribuir e se beneficiar da solução final. E, para tanto, é preciso flexibilidade.

Entender as necessidades e as possibilidades de cada parte, o que cada um está disposto a oferecer e espera receber é imprescindível para se alcançar termos justos e corretos em uma negociação. Um bom negociador sabe que pode sair da mesa com resultados diferentes, talvez até melhores, do que aqueles que tinha planejado. E isso é verdadeiro não só em assuntos governamentais, mas também nos negócios, em casa, entre amigos, na vida.

Daí a necessidade de treinar a flexibilidade principalmente no nosso dia a dia. Entender que o mundo não vai acabar se a programação diária não ocorrer exatamente como planejamos, garante uma vida menos estressante. Pessoas se atrasam, o trânsito pode complicar, o filho pode ter um incidente na escola, enfim, são contratempos diários que acontecem. E fica mais fácil e simples lidar com eles quando agimos com flexibilidade e entendemos que o desvio no percurso não precisa acabar com nosso dia.

Ou seja, para que a vida seja mais leve e fácil, para conseguirmos realmente aproveitar cada fase, cada momento do nosso dia a dia, é preciso flexibilidade. E se você não se acha flexível ou deseja se flexibilizar ainda mais, saiba que é possível, sem que seja preciso se tornar um contorcionista! Atitudes simples, como pedir feedback no trabalho, para saber onde precisa se aperfeiçoar, buscar entender o ponto de vista do outro, aceitar que as coisas podem mudar, respirar e se acalmar antes de entrar de cabeça em uma confusão, por exemplo, são ações que nos ajudam a treinar essa habilidade.

Há também técnica bem simples: fazer uma atividade rotineira de uma forma diferente, como escovar os dentes com a outra mão, colocar o relógio no pulso não dominante, ou fazer palavras cruzadas e brincar com joguinhos de agilidade mental. Inserir atividades inusitadas na rotina também vale, como ir para o trabalho por outro caminho, visitar um local onde não costuma ir, ouvir uma música de estilo que não conhece. Enfim, as opções são muitas e variadas, acessíveis a qualquer pessoa. Ou seja, só não fica mais flexível quem não quer.

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