A superproteção pode fragilizar os filhos

Muitas vezes, queremos que nossos filhos não passem por situações difíceis, por desafios com que nós mesmos tivemos que lidar. Isso é normal, pois os pais querem o melhor para suas crianças e adolescentes. Só que, na verdade, não dá para criá-los em uma bolha, com medo do que possa acontecer com eles.

Muitas vezes, os pais e as mães com esse perfil nem percebem que superprotegem os filhos, ignorando o quão nociva esta atitude pode ser. Mas sempre tem um motivo pelo qual agem assim. Eles próprios podem ter sido superprotegidos ou, ao contrário, deixados totalmente soltos, sem limites ou sem apoio para superar suas questões, por exemplo.

Independente da experiência pessoal de cada pai e mãe, é preciso entender que os filhos vão errar, vão se decepcionar, se frustrar e que aprender a resolver essas situações fará com que cresçam e amadureçam. Evitar a todo custo que as crianças e adolescentes não se frustrem é muito nocivo para o desenvolvimento socioemocional deles.

A verdade é que não estamos sozinhos no mundo e precisamos aprender a interagir, a seguir regras, a respeitar os limites e, algumas vezes, essa interação leva a frustrações, o que é absolutamente normal. Quanto mais os pais entenderem isso e educarem os filhos com autonomia, mais os ensinarão a lidar com suas frustrações, a se adaptar e se reinventar.

O que não significa dizer que os pais não devam dar limites e ser permissivos (veja nosso texto anterior sobre esse tema) ou que devam criar frustrações para os filhos para que aprendam com elas. Ambas as atitudes são bastante nocivas. É preciso haver equilíbrio, então, nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

Os pais devem ajudá-los a superar as circunstâncias desafiadoras e dar autonomia para que possam solucionar as que sejam simples. As crianças e adolescentes amadurecem e faz parte desse desenvolvimento o aprendizado de cuidar de situações cada vez mais complexas.

A autonomia dada na medida certa fará com que os filhos, gradativamente, construam padrões mentais e comportamentais resilientes. Ou seja, os pais devem incentivar, de acordo com a idade, que tenham autoconfiança para resolver suas questões e se superar.

Por outro lado, crianças e adolescentes que não aprenderam a encarar situações desafiadoras, podem se tornar inseguros e temerosos. Na idade adulta, esse tipo de comportamento pode fazer com que não encarem desafios, não evoluindo na carreira, nos relacionamentos.

Incentivar os filhos a confiarem em si, a serem positivos, otimistas e a ver o lado bom da vida não significa criá-los em uma bolha. Implica, sim, em ensiná-los que o nosso modo de ver o mundo interfere diretamente na experiência que temos e que é essencial aprendermos a desenvolver um olhar otimista, confiante e motivador.

As pessoas que acreditam que há uma solução para suas questões, agirão em relação a elas de forma aberta, resoluta, visando um resultado positivo. Agora, para quem acredita que não é capaz e que tudo dá errado, qualquer chuvisco vira motivo para fazer tempestade em copo d’água.

Então, quando os filhos não estiverem conseguindo solucionar alguma situação ou se houver uma circunstância fora do alcance que a idade possibilita, é dever dos pais intervir. Caso contrário, é saudável deixá-los encarar suas questões.

Educar para a liberdade não é deixar totalmente solto, é segurar nas mãos dos filhos durante os primeiros voos, e ensinar as regras e os limites para que aprendam a voar sozinhos de forma segura.

Fazendo Seu Mundo Melhor
11 Anos de Resultados Extraordinários! Transformando Vidas!

Deixar uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.