Nossos filhos não são e nem se casarão com príncipes ou princesas encantados

Muitos pais e mães criam os filhos com a noção irreal de que eles próprios são ou de que irão encontrar o príncipe e a princesa encantados no futuro, e que viverão uma vida de conto de fadas. Embora essa pareça ser uma ideia atraente, ela é irreal, ilusória e prejudicial para todos.

Alguns pais agem desse modo, pois gostariam de ter vivido relacionamentos de conto de fadas e acabam projetando seu desejo não realizado nos filhos. Outros, foram ensinados que esse é o correto a ser feito. Há também aqueles que são inflexíveis com as crianças e adolescentes e exigem deles comportamentos que não são compatíveis com a idade que têm.

Na verdade, quando se cria os filhos para serem perfeitos, para não errarem, os pais e mães estão cometendo um erro grave. Apesar das boas intenções, é preciso se conscientizar de que a vida não funciona assim. A vida é uma evolução constante e não há, na face da Terra, quem seja perfeito.

Ao exigirem esse nível de perfeição das crianças e adolescentes, os pais acabam tirando deles sua própria humanidade. Todos temos falhas a corrigir, aspectos a melhorar, nossas missões a cumprir e isso requer o trabalho e empenho de uma vida. Nossos filhos não são perfeitos e não vão encontrar companheiros que sejam, e precisam ter isso claro se quiserem ser bem-sucedidos em suas jornadas.

É essencial aprender a lidar com nossas falhas e erros desde cedo. Só assim nos tornamos tolerantes, caridosos e a superamos nossos equívocos e os das outras pessoas. Criar os filhos com a ilusão de que nunca erram e de que devem buscar companheiros semelhantes é direcioná-los no caminho oposto. E as consequências são bastante negativas.

Quando os pais esperam que os filhos sejam perfeitos, podem criar mecanismos de autocobrança nocivos, por meio dos quais eles nunca vão achar que são bons o suficiente. Essa distorção cognitiva, que os leva a perceber a realidade de forma distorcida, fará com que tenham o mesmo nível de cobrança com seus cônjuges, amigos, familiares e colegas de trabalho.

Esse tipo de comportamento acaba minando o convívio, pois estarão sempre esperando que os outros sejam os príncipes ou princesas encantados e perfeitos. Do mesmo modo, terão uma baixa autoestima, ainda que demonstrem o contrário, já que, lá no fundo, não se sentem suficientemente bons, em razão de nunca conseguirem ser tão perfeitos quanto foram criados para ser. Ou seja, não se aceitam e nem aos demais.

Seja em um relacionamento romântico, seja no convívio familiar e nas amizades, ninguém consegue conviver com quem não aceita a forma de ser dos outros, e que sempre se coloca como certo e perfeito. Essa atitude acaba afastando as pessoas e levando ao isolamento.

Embora a vida de príncipes, princesas, heróis e heroínas pareça encantadora, a vida real acontece no aqui e no agora, e é preciso saber aceitar a si, aos outros e ao mundo em que vivemos. Na vida, não se pode construir o que quer que seja com base em ilusões, sob o risco de ruírem como um castelo de areia diante de qualquer marola.

Isso não significa que não podemos desejar sermos melhores, realizar nossos sonhos, como construir uma família feliz, alcançar uma condição econômica abastada ou um cargo almejado, seja qual for. Mas tudo isso só pode ser construído a partir da aceitação e do respeito por quem se é, pelas pessoas que nos cercam e pelos passos que são necessários até alcançar nossos objetivos.

Para tanto, é preciso ter em mente nossas forças e habilidades, mas também aqueles pontos em que não somos tão bons e que precisamos desenvolver. Seja no trabalho, no casamento, na relação com os filhos. Quando nos vemos assim, de frente, longe das máscaras de príncipes e princesas idealizados, conseguimos ir muito além, com verdade, equilíbrio e satisfação.

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